domingo, 20 de julho de 2008

recomentando - Folha de S.Paulo - Violência

"Uma velha brincadeira quando o cachorro morde um homem não é notícia: mas, quando um homem morde um cachorro, dá primeira página...O fato novo( homem que morde o cão) foi o envolvimento da farda, como militares se igualando a bandidos e negociando chacinas com eles. Mas o fato velho ( pitbulls e rottweilers mordendo homens, mulheres e crianças) é tão crônico nas favelas e periferias que não emociona mais. Caui na vala comum.E parece não ter solução (Eliane Cantanhêde.A2. Folha de São Paulo, 22 de junho de 2008
Pensando em quais são os objetivos, deveres e parâmetros da classe trabalhista que logo, espero!, vou pertencer. Sobre o desempenhar desta profissão,um professor me falou algo sobre função social, o que, segundo ele, é algo que cabe a todo jornalista observar.
Em linhas gerais ela seria o dever e responsabilidade que tais profissionais da comunicação têm de prestar um serviço de qualidade para o público, de informar a sociedade aquilo que vem acontecendo e oferecer subsídios para que as pessoas possam se conscientizar em relação aquilo que ocorre a sua volta.
Conclui-se disto que a distorção de fatos, pratica comum em algumas revistas de grande circulação, ou alienação presente nos "programas de variedades" não pode, de formar nenhuma, ser considerado como expressões do jornalismo. A responsabilidade aumenta ainda mais quando observamos que emissoras como Globo, SBT e Record não são 'donas' do sinais de transmissão que ocupam, elas recebem concessões do poder público, portanto devem, ao menos deveriam, prestar um serviço de qualidade e utilidade para o público.
Pois bem, voltando ao texto da Cantanhêde o qual pretendo recomentar. A articulista da Folha fala do caso dos militares que entregaram os jovens para traficantes que os depois de os torturarem, os mataram. Na argumentação dela, isto foi o homem mordendo o cão e o traficante que faz o mesmo, com uma freqüência preocupante, é a velha mordida do vira-lata no homem.
Questiono se os meios de comunicação que transformaram a atitude dos militares em primeira página estão preocupados com a função social que é, como disse meu professor doutor em jornalismo, inerente a eles? Ou são estão preocupados em 'vender jornal?"
Na visão que venho construindo sobre o 'fazer jornalístico', acredito que é um encargo dos jornalistas fornecer informações que provoquem a reflexão da sociedade, veja bem, 'provocar a reflexão' e não refletir por ela. Levar a sociedade a ter conhecimento do que vem acontecendo ao seu redor e derredor. Chocar, impressionar e despertar a curiosidade, ás vezes até mórbida, não devem e nem podem ser objetivos dos meios de comunicação, tais 'atribuições' cabem algumas mais para mágicos e outras mais para pseudo apresentadores que são encontrados aos montes nos programas vespertinos.

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