terça-feira, 15 de julho de 2008

JANGADA DE PEDRA.

Trechos do Jangada de Pedra:

“O carro atravessa a ponte devagar, à velocidade mínima autorizada, para dar ao espanhol tempo de admirar a beleza das paisagens de terra e mar, e também a grandiosa obra de engenharia que liga as duas margens do rio, esta construção, falamos da frase, é perifrástica, usámo-la só para não repetimos a palavra ponte, de que resultaria solecismo, da espécie pleonástica ou redundante.”

“Se uma pessoa, para gostar doutra, estivesse à espera de conhecê-la, não lhe chegaria a vida inteira, Duvidas que duas pessoas possam conhecer-se, E tu, acreditas, È a ti que pergunto, Primeiro diz-me que é conhecer, Não tenho aqui um dicionário, Neste caso, is ao dicionário e ficar a saber o que já sabia antes, Os dicionários só dizem o que pode servir a todos, Repito a pergunta, que é conhecer, Não sei,”

“O instinto conduz este cão, mas não sabemos o quê ou quem conduz o instinto, e se um destes dias tivermos do estranho cão apresentado uma primeira explicação, o mais provável é que tal explicação não passe de aparência dela, excepto se da tal explicação pudermos ter uma explicação e assim sucessivamente, até àquele derradeiro instante em que não haveria nada para explicar a montante do explicado, daí para trás supomos que será o reino do caos, mas não é da formação do universo que falamos, sabemos nós lá disso, aqui só tratamos de cães.”

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